
ST 01
Acervos Arqueológicos e a Fruição do Patrimônio Cultural: desafios e conceituações
AUTORIA: Meliam Viganó Gaspar, Maria Tereza Vieira Parente
"A proposta deste simpósio é integrar a comunidade arqueológica aos Grupos de Discussão (GDs) que, ao longo do ano de 2023, se dedicaram a discutir os acervos e coleções que são guardados por pessoas e comunidades que se relacionam diretamente com sítios e objetos arqueológicos. Tais debates foram promovidos pelo Grupo de Trabalho Acervos da Sociedade de Arqueologia Brasileira (GTA-SAB) e pela Rede de Museus e Acervos Arqueológicos e Etnográficos (REMAAE), como parte do processo de produção do VI Fórum de Acervos Arqueológicos.
Além desse tema principal (GD1), outras questões relacionadas foram também incluídas em nossos debates, como os bens culturais sensíveis nas práticas de pesquisa (GD 2) e a extroversão arqueológica (GD 3). O conjunto dessas reflexões considera as diferentes formas de apropriação do patrimônio arqueológico, bem como as demandas dos coletivos em acessar e ativar suas memórias através dele. O intuito dos GDs foi discutir conceitos, avançar nos diagnósticos e propor reflexões que contribuam para a implantação de práticas colaborativas na gestão de acervos arqueológicos, apontando também para os desafios a serem observados para a formulação de políticas públicas."
PALAVRAS CHAVE: acervos arqueológicos; gestão comunitária de acervos arqueológicos; patrimônio
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ST 02
Arqueologia de ambientes aquáticos e costeiros e as mudanças climáticas na Década dos Oceanos
AUTORIA: Paulo Fernando Bava de Camargo
"O Patrimônio Cultural Subaquático (PCS) oferece uma janela única para o passado da Humanidade. Há sítios arqueológicos submersos em todo o mundo, sejam eles naufrágios Modernos ou assentamentos inundados pelo mar durante o holoceno, testemunhos da adaptação humana às mudanças climáticas.
Mas, relatórios sucessivos publicados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas chamam a atenção para uma gama crescente de fenômenos climáticos inter-relacionados que novamente afetam os oceanos.
Torna-se necessário estudar, então, de forma interdisciplinar, o efeito das mudanças climáticas, tendo a colaboração entre os profissionais das Ciências Humanas, Exatas e Naturais a finalidade de monitorar e quantificar processos de deterioração em ambientes costeiros e marinhos, permitindo a implementação de estratégias de gestão sustentável.
Nessa perspectiva, arqueólogos/as precisam fazer-se entender mais eficientemente, recebendo assim apoio das disciplinas do mar nos estudos dos efeitos das mudanças climáticas sobre o PCS. No caminho inverso, a Arqueologia tem muito a contribuir, apresentando informações das mudanças climáticas no passado, numa escala temporal que é difícil para outras Ciências.
Tem-se aqui, então, o objetivo de interrelacionar diferentes ramos da Ciência, produzindo conhecimento sobre o PCS para a Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, incluindo o patrimônio cultural, de forma determinante, nas discussões desse fórum."
PALAVRAS CHAVE: Década do Oceano; Mudança Climática; Patrimônio Cultural Subaquático
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ST 03
Arqueologia e humanidades digitais: explorando a interseção entre o passado e a tecnologia
AUTORIA: Danielle Gomes Samia
O objetivo deste simpósio é reunir pesquisadores e profissionais de diferentes áreas da arqueologia e afins, para compartilhar e discutir os desenvolvimentos entre Arqueologia e as Humanidades Digitais. As pesquisas com metodologias digitais ficaram focadas apenas nas ferramentas digitais negligenciando a Arqueologia como ciência humana. Com as Humanidades Digitais ampliou-se a crítica ao uso das tecnologias com perspectivas reducionistas. Para tanto, a aplicação de tecnologias digitais, como fotogrametria, escaneamento a laser, jogos educativos, Story Maps e análises espaciais em ambiente SIG, tem revolucionado como em arqueologia se coleta, analisa e divulga as informações das pesquisas. As Humanidades Digitais oferecem métodos inovadores para a visualização, análise e interpretação de grandes conjuntos de dados históricos. Espera-se com este simpósio a discussão de tópicos como a reconstrução virtual de sítios arqueológicos, a análise de redes sociais em comunidades antigas, desenvolvimento e aplicação de jogos e aplicativos, o uso de inteligência artificial na interpretação de artefatos e o impacto das mídias digitais na divulgação do patrimônio cultural. Além disso, serão abordadas questões éticas e metodológicas relacionadas à aplicação de tecnologias digitais em Arqueologia e como garantir a preservação adequada dos dados digitais e o acesso aberto aos resultados. Ao explorar a interseção entre a Arqueologia e as Humanidades Digitais, pretendemos avançar no entendimento do passado e enriquecer como estudamos e nos conectamos com as culturas que nos precederam.
PALAVRAS CHAVE: "Arqueologia"; "Humanidades Digitais"; "Tecnologias"
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ST 04
Arqueologia e o estudo de coleções (etnográficas e arqueológicas) musealizadas
AUTORIA: Diego Teixeira Mendes, Fabíola Andréa Silva
Neste simpósio queremos refletir sobre a importância dos estudos de coleções (etnográficas e arqueológicas) musealizadas, para a construção do conhecimento arqueológico. Há alguns anos, diferentes pesquisadores vêm chamando a atenção para o fato de que existem muitas coleções arqueológicas subvalorizadas, nas reservas técnicas dos museus, em termos do seu potencial de informação arqueológica, e a isto tem se dado o nome de 'crise de curadoria'. Ao mesmo tempo, também tem sido constatado que, apesar do uso do dado etnográfico ser 'moeda corrente' na arqueologia, ainda são poucos os trabalhos arqueológicos dedicados ao estudo de coleções etnográficas, apesar do potencial que as mesmas possuem para se compreender, por exemplo, as tecnologias indígenas e os processos de continuidade e transformação das mesmas, ao longo do tempo. Nosso objetivo com este simpósio é tentar revigorar os estudos de coleções e, principalmente, debater as possibilidades, potencialidades, dificuldades e desafios de se relacionar objetos arqueológicos e etnográficos no que concerne à compreensão das histórias indígenas na longa duração. Assim, queremos convidar para participarem deste simpósio, todas as pessoas interessadas em debater sobre os possíveis caminhos teórico-metodológicos para se efetivar as curadorias dessas coleções musealizadas.
PALAVRAS CHAVE: arqueologia; coleções arqueológicas e etnográficas; histórias indígenas
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ST 05
Arqueologia e os Estudos de Cultura Material
AUTORIA: Camilla Agostini, Alejandra Saladino
Nas últimas décadas cresceram novos espaços de atuação na Arqueologia brasileira, relacionados às demandas sociais do licenciamento ambiental, aos projetos urbanísticos e escolhas institucionais referentes às políticas de educação e cultura. Pensar uma Arqueologia que lida com contextos e materiais dos séculos XX e XXI é expandir o debate sobre as políticas patrimoniais sobre sítios e vestígios históricos do ponto de vista da gestão e dos processos de análise desses materiais, considerando suas peculiaridades materiais, taxonômicas e de conteúdos. O simpósio pretende aprofundar o diálogo com os Estudos de Cultura Material no que toca questões teórico-metodológica, sobre a classificação e análise de materiais dos séculos XX e XXI; gestão de vestígios arqueológicos históricos e de passados recentes; pesquisas sobre passados recentes definidas contextualmente e associadas a espaços públicos e a promoção de saberes junto à sociedade, através de estratégias interativas a partir de processos de construção de narrativas.
PALAVRAS CHAVE: Estudos de Cultura Material; Arqueologia no contemporâneo; Passado Recente.
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ST 06
Arqueologia Histórica no Espaço Regional: abordagens, temas e pesquisas
AUTORIA: Abrahão Sanderson Nunes F. da Silva, Roberto Airon Silva
A arqueologia histórica no Brasil pode ser também definida como resultado das transformações teóricas e metodológicas acontecidas em meio às especialidades da arqueologia e tem apresentado destacada expansão no contexto regional. Neste Simpósio Temático se busca reunir parte considerável da riqueza de abordagens e da diversidade de pesquisas e métodos que têm se desenvolvido sob a forma de trabalhos acadêmicos no campo da arqueologia histórica. Também, se busca aglutinar trabalhos relacionados às ações prospectivas para a identificação de sítios arqueológicos e escavações realizadas na esfera dos trabalhos contratuais em arqueologia preventiva, cujos dados recuperados têm ampliado as informações sobre as ocupações históricas em distintas regiões. Além desses, serão consideradas pesquisas e ações em temáticas relacionadas a arqueologia pública, onde se sobressaem a educação patrimonial, a musealização da arqueologia e o ensino da arqueologia, sendo um campo fértil para a ampliação do diálogo entre profissionais e estudantes da arqueologia junto a outros campos das ciências humanas e sociais, desde que essas incluam em suas problemáticas acervos e o estudo da cultura material histórica presente no contexto regional, bem como a relação dessas ações com as demandas sociais e culturais de comunidades ou grupos sociais direta ou indiretamente associados ao contexto arqueológico dos sítios, e relacionados ao processo identitário dos vestígios materiais identificados e pesquisados.
PALAVRAS CHAVE: "Pesquisa regional; Arqueologia histórica”
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ST 07
Arqueologia Indígena, Auto-Arqueologia e Prática Etnográfica: Perspectivas Transversal, Plurisemântica e Epistemológica
AUTORIA: Fabíola Andréa Silva, Walderes Coctá Priprá de Almeida, Rosalvo Ivarra Ortiz
Nas últimas décadas, pesquisadora(es) indígenas têm enveredado pela prática arqueológica, tratando de diversas problemáticas epistemológicas, metodológicas e conceituais, refletindo sobre suas demandas culturais, sociais e políticas da/na contemporaneidade. Neste cenário, tais pesquisadora(e)s vêm se utilizado da arqueologia etnográfica, etnografia arqueológica e etnografia da arqueologia para tratar de suas comunidades e de suas epistemologias e ontologias, frente aos sistemas de conhecimento e ontologias ocidentais. Neste (GT), idealizado, organizado e coordenado pelos acadêmicos indígenas Walderes Coctá Priprá de Almeida e Rosalvo Ortiz pretende-se reunir trabalhos de acadêmica(o)s indígenas e não-indígenas que têm realizado pesquisas com povos originários, tanto no âmbito das práticas colaborativas como nos termos da arqueologia indígena e auto-arqueologia. Busca-se incitar reflexões sobre temas diversos (p.ex. histórias de ocupação e demarcação territorial, paisagens, arte rupestre, repatriação de bens culturais), tendo como objetivo promover diálogos entre pesquisadores indígenas e não-indígenas. A ideia principal deste (GT) é incitar um repensar dos espaços acadêmico-institucionais, em termos da inserção de pessoas indígenas e, também, do próprio ofício de arqueóloga(o), no presente e futuro da disciplina.
PALAVRAS CHAVE: Arqueologias indígenas; Auto-Arqueologia; Prática Etnográfica
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ST 08
Arqueologia Urbana
AUTORIA: Piero Alessandro Bohn Tessaro
"Desde fins da década de 1960 a Arqueologia tem, no seu emaranhado teórico e metodológico, o desenvolvimento de uma subárea, a Arqueologia Urbana. Apesar de anteriormente ser tratada como parte de sua gestora, a Arqueologia Histórica, passa a considerar até contextos arqueológicos anteriores as cidades, que se encontram imersos nos processos de urbanização. Essa temática passa a ter especificidades teóricas e metodológicas desenvolvidas por arqueólogos com formação em contextos pré-históricos/coloniais; tendo como local de precursão a cidade de Nova York, justamente com pesquisas em sítios líticos. Além disso, respaldou-se na Antropologia Urbana, nos conceitos de: antropologia ""na"" cidade e ""da"" cidade.
No Brasil as primeiras publicações da temática, reconhecida como tal, ocorrem nos anos de 1980, aumentando no final dos anos de 1990. Alguns trabalhos, que poderiam ser reconhecidos como Arqueologia Urbana, são ainda caracterizados como Arqueologia Histórica. Essa escolha está sensivelmente atrelada a questões teóricas e falta de discussão mais ampla. A proposição do simpósio é reunir pesquisadores que atuam com essa temática, ou mesmo de outras arqueologias em territórios urbanos, ampliando as reflexões teóricas e apresentando estudos de caso; bem como publicizar para demais interessados. O diálogo ampliado poderá expandir a reflexão, além dos conceitos tradicionais arqueologia ""na"" e ""da"" cidade para perspectivas recentes, arqueologia ""para"" e ""com"" a cidade."
PALAVRAS CHAVE: Arqueologia Urbana; Arqueologia Brasileira; Reflexão Arqueológica;
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ST 09
Arqueologia, cidade, seres e coisas
AUTORIA: Fernanda Codevilla Soares, Andrés Zarankin
Para além de uma arqueologia na cidade ou uma arqueologia da cidade, este simpósio aborda o fenômeno urbano a partir de sua materialidade, discutindo os vestígios existentes em superfície e em profundidade, relações destes entre si e vinculações dos mesmos com as comunidades, no passado e no presente. Busca-se contemplar trabalhos que analisem conceitos-chaves da disciplina, como cidade-sítio e paisagens urbanas, além de temáticas transversais, como: arqueologia da arquitetura, arqueologia industrial, arqueologia pública, gestão e preservação patrimonial. Além disso, pesquisas que tenham como temática estudos sobre Vilas Operárias, Prostituição, Bordéis, Favelas, Sem-teto, Pixações, Cemitérios entre outros também são contemplados. Serão considerados, ainda, investigações que levam em conta o estudo de sítios indígenas (antigos ou atuais) que compõem o quadro de referência histórico-cultural da urbe. Em síntese, o simpósio tem por objetivo incentivar trabalhos reflexivos, que busquem construir contra narrativas que tragam à superfície memórias excluídas de grupos sociais segregados, que ajudem a expor as assimetrias de gênero, classe e poder que caracterizam as cidades atuais, analisando processos sociais de transformação social e luta pelo "Direto à cidade".
PALAVRAS CHAVE: Arqueologia Urbana; Materialidade; Direito à cidade
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ST 10
Arqueologia, Comunidades, Territórios, Mudanças Climáticas e Patrimônio Cultural
AUTORIA: Jorge Eremites de Oliveira, Luana Cristina da Silva Campos
Esta proposta de Simpósio Temático (ST) tem o objetivo de reunir arqueólogas/os e profissionais de campos afins, em diferentes níveis de formação acadêmica, interessadas/os em socializar conhecimentos e discutir sobre experiências a envolver as múltiplas relações entre arqueologia, comunidades originárias (indígenas) e tradicionais (quilombolas, pescadoras, ribeirinhas etc.), territórios, mudanças climáticas e patrimônio cultural em diversas temporalidades, situações históricas e contextos socioespaciais. Tais relações envolvem memórias sociais, conflitos pela posse de terras tradicionalmente ocupadas, diversas formas de assimetria e diferentes sentidos de herança cultural a envolver o patrimônio arqueológico no antropoceno. São desafios ligados à temática central do XXII Congresso da SAB, denominada Arqueologias Plurais: Políticas Patrimoniais e Desafios Contemporâneos, e estão revestidos de grande relevância científica e social no tempo presente.
PALAVRAS CHAVE: Antropoceno; Povos e Comunidades Tradicionais; Territórios Tradicionais
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ST 11
Arqueologia, Direito e Burocracia
AUTORIA: Bruna Cigaran da Rocha, Diego Teixeira Mendes
Esta mesa pretende confrontar leis, normas e diretrizes que definem conceitos e regulam pesquisas arqueológicas com avanços teóricos, instrumentos legais e princípios éticos sendo aplicados no campo disciplinar, tanto em contextos de licenciamento ambiental quanto de pesquisa acadêmica. A partir das análises baseadas em estudos de caso, propõe-se a produção de um documento que, dentre outros aspectos, priorize os direitos das populações com quem desenvolvemos o trabalho, a exemplo da Convenção 169 sobre Povos Indígenas e Tribais da Organização Internacional do Trabalho e de protocolos de consulta elaborados por diferentes povos indígenas e tradicionais; discuta conceitos de impactos diretos e indiretos de empreendimentos; e especifique aspectos inerentes ao trabalho arqueológico em campo e em laboratório de modo a considerar a razoabilidade de exigências burocráticas colocadas por órgãos como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e o sistema de Comitês de Ética em Pesquisa coordenados Conselho Nacional de Saúde.
PALAVRAS CHAVE: Arqueologia e direito; arqueologia e burocracia; ética e arqueologia
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ST 12
Arqueologia, História e Memórias Afroíndigenas: protagonismos, epistemologias e reivindicações coletivas
AUTORIA: Corrêa da Silva Simoni
"A arqueologia, a história, assim como a antropologia e tantas outras ciências surgiram como ciências coloniais: com intuito de dominar povos e tornar hegemônicas as narrativas dos dominadores. Apesar das reformulações disciplinares contemporâneas, tais ciências seguem reproduzindo racismos e colonialidades em suas epistemologias, pedagogias e currículos acadêmico-científicos. O epistemicídicio como morte e silenciamento de outros modos de existir e de pensar continua amplamente operado como mecanismo de poder nas instituições e disciplinas acadêmicas, bem como, em seus interesses de pesquisas, conceitos analíticos e metodologias. As existências negras e indígenas acabam consideradas meramente como objetos de estudos, e quase nunca como sujeitos de conhecimento e legítimos na narrativa de suas próprias histórias. Nesse contexto, este simpósio temático adota como princípio orientador as epistemologias, decoloniais, as ancestralidades e cosmopercepções de mundo que fundamentam as existências coletivas africanas, afrodiásporicas, indígenas, bem como, se direciona e receberá os trabalhos acadêmicos engajados com agendas políticas de comunidades tradicionais, especialmente, os realizados por pesquisadores negres, quilombolas e indígenas. Nesta confluência de saberes, buscamos garantir espaço seguro de fortalecimento para discussões baseadas nas ontoepistemologias africanas, afrodiaspóricas e indígenas, reconhecendo o lugar de fala e as nossas epistemologias afro-indígenas enquanto pressupostos do exercício acadêmico-cientifico, então voltado a produção de (re)conhecimentos emancipatórios."
PALAVRAS CHAVE: Arqueologias afroamerindia, Memórias, protagoismos, comunidades tradicionais, Patrimônio afroindigena.
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ST 13
Arqueologia, Política e Sociedade: Velhos Desafios, Novas Perspectivas
AUTORIA: Felipe Benites Tramasoli
"Ao longo da história, a Arqueologia e o Estado estiveram profundamente imbricados. A disciplina das coisas, como outras ciências desenvolvidas na Europa nos últimos séculos, tem sido usada para justificar as demandas das nações imperialistas, que fortalece o poder do Estado. No Brasil, essa lógica de associação com o Estado moderno também se aplica.
Desta forma, considerando que o patrimônio arqueológico é um patrimônio cultural bem da União; o moroso ingresso de arqueólogos na estrutura da Administração Pública em todas esferas; a competência comum dos entes federativos em proteger, impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de bens culturais tão peculiares como o patrimônio arqueológico, além de promover o seu acesso e valorização, e principalmente considerando a crescente demanda e implicações do componente arqueológico no licenciamento ambiental, que envolve a atuação de entes privados, como empresas e autônomos, propomos este ST.
Convidamos toda a comunidade arqueológica a discutir questões que envolvam não só os aspectos legais, mas também epistemológicos e metodológicos pertinentes a interface entre a Arqueologia e a Administração Pública."
PALAVRAS CHAVE: Administração Pública; Patrimônio Arqueológico; Governança Cultural
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ST 14
Arqueologias do Sudoeste de Goiás, Sudeste de Mato Grosso e Nordeste de Mato Grosso do Sul: pesquisas em desenvolvimento e novas perspectivas
AUTORIA: Sibeli Viana, Julio Cezar Rubin de Rubin
"A arqueologia na região sudoeste de Goiás foi inicialmente estudada nas décadas de 1970 e 1980 por Pedro Ignácio Schmitz e equipe de pesquisadores da então Universidade Católica de Goiás e do Instituto Anchietano de Pesquisas da Unisinos. A partir dos anos de 2000, ocorreu um aumento expressivo de pesquisas na região, resultando na construção de novas perspectivas. Nesse novo cenário, destaca-se a ampliação da cronologia de ocupação humana; a identificação da presença de tecnologias particulares; registro de novos sepultamentos humanos; desenvolvimento de novas abordagens para compreender as figuras rupestres; e a integração dos humanos na paisagem.
Esse simpósio tem como objetivo reunir pesquisadores e pesquisadoras em arqueologia e áreas afins que estejam desenvolvendo pesquisas na região sudoeste de Goiás, sudeste de Mato Grosso e nordeste do Mato Grosso do Sul, para discutir e compartilhar dados. A proximidade geográfica dessas áreas sugere não apenas uma conexão espacial, mas também possíveis interações culturais entre os grupos humanos que habitaram essas regiões ao longo do tempo, considerando o contexto do bioma do Cerrado.
Além disso, compreende-se que a localização estratégica desta macro região, associada a importantes bacias hidrográficas como a do Araguaia-Tocantins e Paraná, confere relevância aos estudos que visam compreender os fluxos de povoamentos entre o Planalto Central do Brasil e áreas circunvizinhas sul-americanas. De uma perspectiva mais ampla, espera-se contribuir para acentuar a diversidade cultural e temporalidade presente na história profunda do continente americano."
PALAVRAS CHAVE: Arqueologias do Planalto Central; Tecnologias; Paisagem.
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ST 15
Arqueometria e Conservação de Arte Rupestre
AUTORIA: Benedito Batista Farias Filho, Ana Luisa Meneses Lage do Nascimento
"A arqueometria como área da arqueologia engloba a análise físico-química, biológica, geológica, ambiental etc, busca estratégias e aplica metodologias para a análise do patrimônio cultural. Os resultados permitem a obtenção de informações sobre procedência, tecnologias, uso e desempenha papel fundamental para complementar o trabalho arqueológico. As técnicas analíticas empregadas dentro da arqueometria podem ser as espectrométricas e cromatográficas. A aplicação destas técnicas inclui a investigação de vários materiais arqueológicos cujos resultados são importantes para a reconstituição do modo de vida dos grupos humanos pré-coloniais. Todos esses vestígios se constituem importantes registros arqueológicos, que necessitam ser estudados e preservados. Por se encontrar ao ar livre, a arte rupestre está constantemente exposta a vários fatores naturais e antrópicos que podem causar a sua destruição. Assim, os sítios de arte rupestres devem passar pelas três etapas fundamentais para o trabalho de conservação: o diagnóstico, a intervenção e o monitoramento. Todo o trabalho de conservação deve ser realizado seguindo as normas de intervenção propostas pelas cartas patrimoniais que prezam pela reversibilidade das intervenções, respeito ao material de origem e estético da obra. Assim, o presente simpósio objetiva discutir e refletir sobre a interdisciplinaridade da arqueologia (diversos temas em arqueometria) e conservação de arte rupestre realizado em pesquisas finalizadas, resultados preliminares ou em fase de finalização como forma de abrir espaço para divulgação científica deste tema."
PALAVRAS CHAVE: arqueometria; vestígios arqueológicos; conservação de arte rupestre;
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ST 16
Arqueoturismo e Socialização do Patrimônio Arqueológico
AUTORIA: Marcela Nogueira de Andrade, Ana Luisa Meneses Lage do Nascimento
O Código de Ética da SAB e legislações do IPHAN abordam a necessidade de amplo acesso aos resultados de pesquisas. Para além das obrigações éticas e legais, entendemos que a divulgação e a socialização do patrimônio arqueológico correspondem a função social desse patrimônio. Dentre diversas formas integradas para esse fim, o Turismo Arqueológico ou Arqueoturismo é um caminho interessante e importante. No Brasil, diversos sítios recebem visitação resultado de uma ação planejada ou não. Essas atividades sendo realizadas de forma desordenadas podem ser danosas para os sítios, a comunidade e o meio ambiente. Os sítios arqueológicos, com algumas exceções, estão localizados fora das áreas urbanas e sua visitação exige todo um protocolo adequado de visitação, visando a preservação patrimonial e do meio. Compreendemos que essa atividade seja elaborada nos preceitos do Turismo de Base Comunitária, onde a comunidade local é a protagonista de todo processo (planejamento, implementação e monitoramento) e sempre buscando a sustentabilidade social e ambiental. O objetivo desse simpósio é discutir, aprofundar debates teóricos e metodológicos, trocar experiências sobre essas atividades que têm desafios e potenciais tanto em lugares onde essa prática já está consolidada quanto em novas áreas. O Arqueoturismo também pode ser identificado como uma forma de socialização do patrimônio arqueológico, de respeito com a sociobiodiversidade, equidade social, valorização da cultura, além de estimular o crescimento econômico.
PALAVRAS CHAVE: Arqueoturismo; Socialização; Patrimônio Arqueológico
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ST 17
Arte Rupestre: novos caminhos rumo às análises não formalistas
AUTORIA: Rogério Tobias Junior
"Nas pesquisas de arte rupestre, novos caminhos analíticos fundamentados em outras perspectivas teóricas e/ou em outras ontologias, particularmente as ameríndias, têm assinalado tendências de ruptura com as análises que chamaremos aqui de formalistas, ou mais precisamente, hilemorfistas. Abordagens prioritariamente técnicas, tecnológicas, relacionais, entre outras, demonstram que, ao retirar a forma do centro analítico, é possível alcançar outros campos e domínios da experiência de produção rupestre no passado.
A abordagem hegemônica, centrada na categoria Tradição, que têm a reconhecibilidade como fundamento, a forma como significante, e a categorização como objetivo, vem sendo alvo de críticas. Sua prática tem limitado as pesquisas, os diálogos e as inflexões que alcancem domínios atualmente considerados mais relevantes nas análises. Destes domínios, destacam-se o fazer, a corporalidade, a agência, a paisagem, entre outros. Ademais, interpretações estruturadas sobre reconhecibilidades ocidentais resultam no silenciamento de ontologias ameríndias. Diante das novas perspectivas teóricas para a arte rupestre, o objetivo do simpósio é reunir num mesmo lugar de debate, abordagens que tenham como critérios principais, atributos outros que não a forma supostamente reconhecível da arte rupestre, entre os quais, a tecnologia, a técnica, o gesto, o espaço, a cronologia relativa, etc, assim como discussões teóricas sobre o tema."
PALAVRAS CHAVE: arte rupestre; fazer; ontologia ameríndia
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ST 18
Avanços da arqueologia biomolecular no Brasil
AUTORIA: Andre Carlo Colonese
A arqueologia biomolecular é uma área de estudo que utiliza diversas técnicas de análise molecular, tais como isótopos estáveis, análise de resíduos orgânicos, paleoproteômica e DNA antigo, para investigar restos biológicos e artefatos encontrados em sítios arqueológicos. As aplicações dessas técnicas são diversas e incluem a compreensão de dietas antigas, a investigação de padrões de migração, a identificação de espécies e patologias, a reconstrução de ambientes antigos e a compreensão de práticas culturais no passado. Este simpósio, através de aplicações empíricas em contextos arqueológicos do Brasil, tem como objetivo promover a troca de conhecimentos e experiências entre pesquisadores, bem como estimular o desenvolvimento de novas técnicas e aprimorar as já existentes no Brasil. O evento é uma oportunidade importante para pesquisadores brasileiros se atualizarem sobre os últimos avanços na área de arqueologia biomolecular e se envolverem em discussões importantes sobre a aplicação dessas técnicas na arqueologia brasileira. Além disso, o simpósio busca promover a colaboração entre pesquisadores de diferentes instituições, visando avançar o conhecimento sobre o passado humano e suas múltiplas facetas.
PALAVRAS CHAVE: "Arqueologia biomolecular"; "dieta"; "mobilidade"
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ST 19
Coisas e pessoas em movimento: éticas, teorias e práticas na musealização de acervos arqueológicos
AUTORIA: Camila Azevedo de Moraes Wichers, Diego Lemos Ribeiro, Maria Cristina Oliveira Bruno
O simpósio "O futuro dos acervos", realizado há 16 anos na SAB Florianópolis, marcou o início da presença contínua de espaços dedicados aos processos de enquadramento, normatização e musealização dos acervos arqueológicos na SAB, evidenciando as marcas da estratigrafia do abandono, das memórias exiladas e da colonialidade. Pretendemos dar continuidade a esse debate, trazendo à baila a ampliação das abordagens museológico-curatoriais dos acervos e a emergência de questionamentos éticos, políticos e epistêmicos. Como temos selecionado e classificado os acervos arqueológicos? Quais indivíduos têm o poder de efetuar esses deslocamentos? Comunidades indígenas, quilombolas e tradicionais compartilham das mesmas concepções e prioridades das instituições de guarda em relação à gestão das coleções? Como políticas públicas e instituições têm atuado frente a essas demandas? Este simpósio visa integrar reflexões sobre as novas éticas, teorias e práticas no tratamento de acervos custodiados ou não em museus e instituições de guarda. Os trânsitos, diásporas e êxodos das coleções de seus territórios e coletivos, bem como as novas políticas de restituição e repatriação, também estão no cerne da proposta. As discussões propiciadas pela virada ontológica, traduzidas pela percepção do trânsito no sentido das coisas e da demanda por uma nova ética para lidar com coleções vivas, fora dos marcos regulatórios do campo Arqueologia, Museologia e Conservação e Restauração, também estarão em debate.
PALAVRAS CHAVE: Acervos; Musealização da Arqueologia; Virada ontológica
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ST 20
Coisas, pessoas e outras tramas do mundo e das materialidades contemporâneas
AUTORIA: Adriana Fraga da Silva, Gustavo Ruiz Chiesa
O Simpósio Temático propõe uma abordagem transdisciplinar a respeito das múltiplas relações que atravessam os seres humanos e as materialidades do mundo contemporâneo. Somos cotidianamente cercados por uma infinidade de objetos e tecnologias materiais que constituem nossas vidas e nossos modos de se relacionar com o mundo e os demais seres que nele habitam. Ampliando sua perspectiva temporal, a Arqueologia, em estreito diálogo com outras disciplinas como a Antropologia, a Sociologia e a História, pode oferecer uma valiosa reflexão sobre a forma como as coisas materiais são produzidas, consumidas, descartadas e preservadas. Nesse sentido, visando reunir pesquisadores de diferentes áreas de formação e perspectivas teóricas, este ST pretende acolher trabalhos que abordam não só a produção, a circulação e a apropriação ou significação das coisas materiais pelos seres humanos, mas também a própria maneira como estas materialidades são sentidas, vivenciadas ou experimentadas pelos sujeitos, tornando-se muitas vezes partes constitutivas de seus corpos e de suas identidades.
PALAVRAS CHAVE: Materialidade; Tecnologias; Transdisciplinar
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ST 21
Condições de Trabalho dos Arqueólogues no Brasil: Desafios e Perspectivas
AUTORIA: Bruno Pastre Máximo
Este simpósio busca discutir as condições de trabalho dos arqueólogues no Brasil, abordando desafios, perspectivas de valorização e melhoria dessas condições. Serão debatidos o reconhecimento profissional e a regulamentação, contratos precários, infraestrutura inadequada, escassez de oportunidades, e a necessidade de investimentos na formação e capacitação para atuar no licenciamento ambiental. A falta de reconhecimento profissional reflete-se na ausência de uma carreira estruturada, direitos trabalhistas e baixa remuneração. As diárias de campo e laboratório têm sido congeladas nos últimos anos, levando a uma precarização do trabalho. Há uma tendência de terceirização dos serviços, aproveitando brechas legais do MEI, resultando em contratos por projeto e prazos determinados, gerando sobrecarga e insegurança. A falta de vínculo empregatício estável e benefícios impacta negativamente a qualidade de vida e a continuidade da carreira dos arqueólogos. Eles muitas vezes são expostos a condições insalubres, jornadas exaustivas, acúmulo de funções e assédio moral. Além disso, a formação e capacitação dos arqueólogos carecem de discussões sobre questões trabalhistas e atuação no licenciamento ambiental, gerando frustrações e desânimo. O objetivo deste evento é engajar diferentes atores, como instituições governamentais, universidades, empresas, sociedade civil e profissionais da área, visando a constituição de um sindicato para promover mudanças positivas e criar um ambiente propício à prática arqueológica no país.
PALAVRAS CHAVE: Profissão; Condições de trabalho; Licenciamento Ambiental
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ST 22
Contribuições da arqueometria para a arqueologia brasileira
AUTORIA: Carlos Roberto Appoloni
Nestas últimas duas décadas, a aplicação da Arqueometria vem se expandindo consideravelmente nos trabalhos arqueológicos no Brasil. Esta área interdisciplinar de pesquisa estuda os objetos do patrimônio arqueológico a partir das aplicações de métodos analíticos e de imageamento atômicos, moleculares e nucleares, seja na datação de objetos, seja na caracterização de materiais. Este simpósio pretende reunir trabalhos que adotem metodologias arqueométricas de pesquisa, buscando relacionar as aplicações de técnicas analíticas e de imageamentos para responder a diferentes questões arqueológicas. Em reuniões anteriores tanto da SAB Nacional como da Regional SUL, este tipo de simpósio proporcionou a apresentação de ótimos trabalhos, estimulantes discussões e o início de novas colaborações científicas. Neste contexto e no dos Desafios Contemporâneos de Arqueologias Plurais, pretende-se criar um espaço de troca de experiências entre pesquisadores, buscando discutir e refletir sobre o estado da arte das técnicas analíticas e de imageamentos e as contribuições da Arqueometria para a arqueologia brasileira.
PALAVRAS CHAVE: Arqueometria; métodos analíticos e de imageamento; vestígios arqueológicos.
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ST 23
Fomentando arqueologias plurais: teoria brasileira como prática política
AUTORIA: Matheus Miranda Mota, Lara Passos
"O cenário da arqueologia mundial tem tido como protagonistas as produções teóricas do eixo hegemônico, ainda que haja constantes esforços para uma descolonização e reconfiguração do campo. Reconhecendo a importância da construção de repertórios mais plurais e situados, este Simpósio procura incentivar a divulgação e troca de pensamentos críticos acerca de trabalhos produzidos no Brasil, preocupados com a ampliação do rol de instrumentos teórico-metodológicos elaborados em âmbito nacional.
Tendo em vista a proeminência dos debates descoloniais na Arqueologia Brasileira na última década faz-se necessária uma discussão aberta acerca dos impactos desta literatura nas diversas áreas de atuação da comunidade arqueológica. Assim, entendemos a proposta do simpósio como um como um convite a este diálogo, para todas as pessoas envolvidas nesta prática que se propõem a intercambiar experiências e ponderações objetivando caminhos de maior justiça social e equanimidade, bem como trabalhos interessados em fomentar a construção de aparatos originais oriundos do sul global."
PALAVRAS CHAVE: Pensamento Crítico; Teoria Arqueológica; Descolonialidade
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ST 24
Gerenciamento de Coleções Arqueológicas
AUTORIA: Daiane Pereira, Maurício André da Silva
A ampliação da compreensão do fazer arqueológico e da responsabilidade social da disciplina arqueológica auxiliou o fortalecimento do campo de pesquisa ligado à gestão das coleções. Embora estejamos distantes de um cenário ideal, nos últimos anos órgãos, museus, instituições de guarda e profissionais da arqueologia, museologia, conservação e educação têm se organizando para diagnosticar os avanços e os desafios do gerenciamento de acervos arqueológicos brasileiros. As inquietações sobre como geramos e gerimos as coleções arqueológicas, alinhadas aos debates atuais das disciplinas patrimoniais, tem impulsionado diversas pesquisas que perpassam o processo curatorial. Com o intuito de oportunizar a continuidade de discussões que auxiliem diagnosticarmos o estado da arte das coleções arqueológicas, e a apresentação das pesquisas desenvolvidas sobre o tema, esse simpósio temático visa promover o encontro de reflexões e pesquisas interdisciplinares voltadas para a gestão das coleções arqueológicas no contexto brasileiro.
PALAVRAS CHAVE: coleções arqueológicas; gestão de coleções
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ST 25
Imagens da arqueologia: socialização e divulgação científica em territórios virtuais
AUTORIA: Glória Maria Vagioni Tega Calippo, Marcia Bezerra de Almeida
A cada dia, vida social, relações de trabalho, diversão e educação são transferidas do ambiente real para o virtual, fazendo com que o Brasil seja o terceiro maior consumidor de redes sociais no mundo, com usuários permanecendo nessas plataformas por, em média, 46 horas no mês. YouTube, Facebook e Instagram, nessa ordem, são as plataformas mais acessadas pelos usuários, sendo a primeira e a terceira as redes nas quais as pessoas permanecem por mais tempo. Já as transmissões via redes sociais produziram mais de 570 mil vídeos em 2022, com mais de 35 bilhões de visualizações.
Esses dados apenas refletem um campo de estudos crescente e ainda pouco explorado pela Arqueologia brasileira, já que boa parte da Divulgação e Difusão Cientifica da Arqueologia está nesses ambientes virtuais. Assim, tanto o que produzimos, como o que vemos sobre a Arqueologia em ambientes virtuais precisa ser amplamente discutido e estudado, proporcionando reflexões sobre em que medida podemos interferir na imagem da Arqueologia.
Nesse sentido, propomos um simpósio com o objetivo de reunir estudos que se debrucem sobre a construção da Arqueologia por meio de sua imagem divulgada nos territórios virtuais."
PALAVRAS CHAVE: Imagem da Arqueologia; Divulgação Científica; territórios virtuais.
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ST 26
Investigações isotópicas no Brasil: diálogos e interdisciplinaridades nas reconstruções do modo de vida
AUTORIA: Marina Nogueira Di Giusto, Murilo Quintans Ribeiro Bastos
Análises isotópicas têm sido recorrentemente utilizadas nas últimas décadas em pesquisas arqueológicas e, mais recentemente em antropologia forense para ajudar na identificação médico-legal. As principais áreas de estudo é a reconstrução da dieta - que se concentra na análise de isótopos de esqueletos humanos para examinar os padrões alimentares temporais e regionais, bem como a variação associada ao sexo, idade, padrões mortuários e status social - e de padrões de mobilidade residencial, ampliando discussões sobre migração e relações entre grupos. No Brasil, a maioria dos estudos com isótopos está concentrada na investigação da dieta em adultos e crianças em grupos sambaquieiros costeiros, entretanto, outras regiões do país estão despontando nessas análises, utilizando materiais arqueológicos de diferentes contextos e períodos de ocupação. O simpósio "Investigações isotópicas no Brasil: diálogos e interdisciplinaridades nas reconstruções do modo de vida" busca apresentar e debater pesquisas que utilizam dos isótopos como meio investigativo na reconstrução de modos de vida, seja abrangendo dieta e/ou mobilidade, seja nas práticas forenses, facilitando e fortalecendo a comunicação de diferentes frentes de estudos na área.
PALAVRAS CHAVE: Isótopos; Arqueologia; Ciências Forenses
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ST 27
Por uma Bioarqueologia biocultural: ciência, evolução, cultura e engajamento social
AUTORIA: Pedro José Tótora da Glória, Sergio Francisco Serafim Monteiro da Silva, Danilo Vicensotto Bernardo
O termo bioarqueologia surge na década de 1970 com o intuito de integrar o estudo dos remanescentes humanos com seu contexto mortuário, simbólico, tecnológico, evolutivo, ecológico e geográfico, visando entender o comportamento humano sob um olhar populacional. Na última década, a bioarqueologia tem se engajado também em questões sociais, políticas e éticas sobre os remanescentes humanos, trabalhando com temas como bioarqueologia social, da infância, do cuidado, do ritual e religião, da violência, dos desastres, das pessoas marginalizadas, do indivíduo, de gênero, entre outros temas como curadoria, identidade e repatriamento. Em paralelo, a bioarqueologia tem trazido também novas técnicas de obtenção de dados a partir dos remanescentes humanos tais como isótopos estáveis, tecnologias digitais, DNA antigo, proteômica, microscopia, bancos de dados, entre outras. Essa relação entre ciência, evolução e contextos sociais demanda iniciativas colaborativas, engajadas e contextualizadas local e regionalmente. Nesse ponto, faz-se relevante que os estudos bioarqueológicos tragam a luz uma abordagem biocultural, unindo biologia molecular, osteologia, contextos funerários, simbolismo e ambiente de uma maneira holística e integrada. O bioarqueólogo, pela amplitude de suas investigações, participa ativamente de todas as etapas de pesquisa arqueológica, e são bem-vindos nesse simpósio trabalhos que integrem remanescentes humanos com arqueologia em contextos pré-coloniais, históricos e contemporâneos. Este simpósio visa marcar a importância e o crescimento da bioarqueologia no Brasil, e vem sendo realizado nos congressos nacionais da SAB desde 2015.
PALAVRAS CHAVE: bioantropologia; arqueologia mortuária; osteoarqueologia
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ST 28
Rede Brasileira de Arqueobotânica (RBA): Avanços e Desafios da Arqueobotânica no Brasil
AUTORIA: Rafael Corteletti
"A Arqueobotânica, enquanto disciplina, teve início no país há 20 anos, com a instalação do primeiro laboratório especializado no tema no Museu Nacional/UFRJ. Desde então, a disciplina vem se desenvolvendo e se diversificando grandemente no território brasileiro, contando com profissionais atuando em todas as regiões do país.
Nesse sentido, a Rede Brasileira de Arqueobotânica (RBA), criada em 2022, no I Simpósio Brasileiro de Arqueobotânica, é um fórum de discussão mais amplo onde a sua produção científica, assim como temas teóricos e metodológicos inerentes à disciplina, vêm sendo debatidos. A realização dos Ciclos de Debates da RBA tem por objetivo fomentar a troca de experiências entre pesquisadores e propiciar o debate sobre o atual cenário da produção Arqueobotânica no Brasil.
Assim sendo, este simpósio visa oferecer um espaço para refletirmos sobre os princípios teórico-metodológicos da Arqueobotânica, demonstrando e debatendo as práticas desse campo de investigação científica. Poderão ser abordados aspectos históricos, o desenvolvimento recente da Arqueobotânica, além dos desafios atuais da realização das pesquisas desse campo. Poderão ser tratados temas como: técnicas de trabalho em campo e em laboratório, análise de dados de micro e macrovestígios, assim como a curadoria de acervos e a extroversão do conhecimento."
PALAVRAS CHAVE: Arqueobotânica; Brasil; Rede
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ST 29
Tecnologias da pedra polida
AUTORIA: Gustavo Neves de Souza
Os artefatos de pedra polida tem sido objeto de atenção desde a antiguidade e, embora historicamente tenham sido relegados a uma posição secundária em termos de esforço de análise, no século XXI vemos um crescente interesse sobre o tema. Refletindo esse interesse renovado observamos diferentes enfoques nos estudos de artefatos polidos. A compreensão de suas complexas produções e usos tem sido abordadas não apenas nas diversas regiões do Brasil como também nos países vizinhos, de onde colegas tem trazido importantes contribuições. Trabalhos abarcando instrumentos cortantes, percutores, moedores, contundentes, adornos e arte mobiliar, entre outros, tem surgido em diversas publicações. No entanto, sendo uma área de estudo sem tradição consolidada, os contatos entre os que se aventuram nesse ramo não ocorrem de modo regular. Assim, com o intuito de congregar pesquisadores que trabalham nessa área, propomos este Simpósio Temático. O diálogo entre as muitas facetas dos trabalhos sobre pedras, que são frequentemente lascadas, picoteadas e finalmente polidas, sem dúvida, contribuirá para o fôlego das pesquisas, trazendo lume ao estado da arte das pesquisas neste campo.
PALAVRAS CHAVE: Material Lítico; Lítico Polido; Lítico Picoteado
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ST 30
Tecnologias Líticas Plurais
AUTORIA: Marcos Paulo de Melo Ramos, Anderson Marques Garcia
Os conjuntos líticos e, principalmente, as estruturas artefatuais líticas que apresentam aptidão incisiva obtida por meio de técnicas de lascamento lançado e/ou pousado através de modalidades unipolares ou bipolares sobre bigorna têm sido objeto de um interesse renovado por parte da comunidade científica nas últimas duas décadas. Essa reapropriação se dá na medida em que avançam os debates relativos aos potenciais heurísticos que esses objetos possuem para nos informar sobre as culturas arqueológicas. Nesse sentido, multiplicam-se propostas e aplicações que fazem com que as informações técnicas contidas no registro arqueológico de natureza lítica permitam o avanço de pesquisas de caráter sincrônico e local relativas aos modos de produção e às panóplias de ferramentas buscadas (produção de tecnografias) e o desenvolvimento de estudos de caráter diacrônico e de cunho territorial tecnogênese e mudança cultural. A partir desse rico e variado cenário, este simpósio visa fomentar a discussão entre pesquisadores implicados e interessados nos avanços dessa subdisciplina arqueológica. Nosso objetivo é promover o diálogo entre especialistas, identificar desafios e propor soluções, tendo em vista as especificidades das tecnicidades arqueológicas brasileiras. Serão aceitos trabalhos que versem tanto sobre questões teórico-metodológicas relacionadas à tecnologia lítica (p.ex. experimentação, transmissão cultural, redes de categorias analíticas, semioses tecnológicas, convergências técnicas, fluxos populacionais, etc.), quanto sobre contribuições analítico-interpretativas finalizadas ou em curso a partir de materialidades arqueológicas particulares.
PALAVRAS CHAVE: Tecnologias Líticas; Categorias Analíticas; Culturas Arqueológicas.
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ST 31
Cultura Material da África e suas Diásporas
AUTORIA: Patrícia Marinho de Carvalho, Bruno Pastre Máximo
O ST “Cultura Material da África e suas Diásporas” pretende construir e consolidar os estudos africanos e das diásporas dentro da arqueologia brasileira. Arqueólogos têm oferecido novas perspectivas e leituras originais sobre o passado africano em tópicos relevantes, tais como os temas da complexidade social, do ritual e da segurança alimentar no continente. Em termos metodológicos, arqueólogos, historiadores e linguistas impulsionaram o uso da linguística histórica, consolidando os estudos interdisciplinares como grande inovação dos estudos africanos, inovação esta reconhecida por especialistas em outras áreas do mundo. Conforme diversos arqueólogos, historiadores e antropólogos argumentam, o encurtamento do tempo histórico nos estudos africanistas é um problema historiográfico de grande relevância. Tais avanços interessam a nós pesquisadores brasileiros. Primeiro, pela profunda ligação da África com o país, produto da violência da escravização de milhões de pessoas no mais velho dos continentes. Segundo, pela necessidade cada vez mais premente de ampliar, metodologicamente, cronologicamente, e espacialmente, os estudos africanos no Brasil. Assim, observar a cultura material africana na África permite estabelecermos uma história de longa duração de suas populações, reposicionando os estudos da diáspora como um capítulo fundamental da longa história do continente. Este Simpósio busca reunir pesquisadores que trabalham na temática para uma construção coletiva no campo da Arqueologia e disciplinas correlatas. Finalmente, é necessário cumprir com a legislação (leis 10.639/2003 e 11.645/2008) e colocar em pauta a importância da História da África para a formação do Brasil.
PALAVRAS CHAVE: Arqueologia da Africa, Cultura Material, Diáspora Africana
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Resumos
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